O ser humano só consegue enxergar bem por conta de um longo processo que se inicia na córnea e atravessa o globo ocular até chegar ao nervo óptico, que é responsável por transmitir luzes e cores ao cérebro. Assim, ele decodifica as informações e as transforma em imagens. No entanto, para os milhões de brasileiros com glaucoma, essa engenharia não funciona bem.
A doença é caracterizada por lesões no nervo óptico que levam a um dano irreversível das fibras nervosas. Por consequência, ocorre perda de campo visual. Essa alteração é causada, sobretudo, pelo aumento da pressão ocular.
O glaucoma é a maior causa de cegueira irreversível no mundo e não tem cura. A doença é silenciosa, pois não apresenta nenhum sintoma na fase inicial. Quando o paciente começa a perceber alterações na visão é porque o estágio já está avançado. Portanto, a única maneira de evitar as consequências mais graves é realizar exames de rotina periodicamente.
Tipos
- Glaucoma de ângulo aberto: ocorre perda gradual da visão periférica lateral, além de não apresentar sintomas no estágio inicial;
- Glaucoma de ângulo fechado: é o tipo mais agressivo. O paciente pode, de uma hora para outra, começar a enxergar halos ao redor de pontos luminosos. Também sente dores na região da testa, enjoo, vermelhidão nos olhos e vista embaçada;
- Glaucoma congênito: provoca nebulosidade na parte frontal do olho, aumento de um olho ou ambos, vermelhidão e sensibilidade à luz. Os sintomas costumam ser notados quando criança, com alguns meses de vida.
Fatores de risco
Existem alguns fatores que podem contribuir para o desenvolvimento do glaucoma. São eles:
- Pessoas acima dos 40 anos;
- Afro americanos;
- Histórico familiar da doença;
- Doenças oculares como, por exemplo, tumores, descolamento de retina e inflamações;
- Utilizar, por um longo tempo, medicamentos à base de corticosteroides;
- Portadores de patologias como diabetes, hipertensão, hipertireoidismo e problemas cardíacos.
Diagnóstico e tratamento
Para diagnosticar o problema são feitos exames oculares como, por exemplo, tonometria, acuidade visual e campimetria computadorizada. Isso porque o médico precisa examinar o interior do olho, observando através da pupila.
Apesar de não ter cura, o glaucoma pode ser tratado. O objetivo é diminuir a pressão ocular. O tratamento inclui o uso de medicamentos, cirurgia ou uma combinação entre ambos.
O tratamento inicial deve ser, sempre que possível, com o uso de medicamentos, que podem ser colírios, pílulas ou intravenoso. Entretanto, quando eles não alcançam os resultados desejados é recomendado o procedimento cirúrgico. Existem três tipos:
- Trabeculoplastia a laser: é utilizada uma combinação de frequências de laser que permite o tratamento com pouca energia. Essa técnica trata células específicas que foram danificadas e deixa outras porções intactas;
- Iridotomia a laser: é destinada ao tratamento do glaucoma de ângulo fechado. É feita uma pequena abertura periférica na íris para que a camada aquosa passe livremente da câmara posterior para a anterior do olho. Dessa forma, romperá o bloqueio pupilar;
- Trabeculectomia: consiste em fazer uma fístula de drenagem de líquido do humor aquoso da câmara anterior do olho.